sábado, 10 de março de 2012

ARTIGO "A PREVENÇÃO DA OBESIDADE NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE"


A prevenção da Obesidade na Criança e no Adolescente
por Hellen Branquinho

Prevenir a obesidade na Infância se tornou essencial na tentariva de melhorar o aspecto da qualidade de vida e de saúde da população. Isso decorre de sua associação com doenças crônicas graves no adulto e progressivamente prevelentes, que podem se instalar desde a infância.
A fase intra-uterina é um período crítico para o desenvolvimento da obesidade, assim como o primeiro ano de vida e a adolescência. Daí a importância da participação ativa do pediatra nas diversas etapas que envolvem os diferentes contextos.
 

Pré-natal
• Identificar os fatores de risco familiares: diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, dislipidemias e determinados tipos de câncer, entre outros fatores.
• Avaliar e monitorar o estado nutricional da gestante.
• Orientar sobre a alimentação adequada à gestante.

Puericultura
• Avaliar e monitorar o ganho ponderal e a velocidade de crescimento estatural da criança (é fundamental a vigilância do crescimento, preenchendo-se periódica e regularmente a curva de crescimento), a fim de verificar de forma precoce o comportamento do canal de crescimento.
• Estimular o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e o aleitamento materno total de preferência até os 2 anos de idade.
• Informar os pais quanto à atenção e ao respeito que eles devem ter aos sinais de saciedade do lactente, como parar de mamar, fechar a boca, desviar a face, brincar com o mamilo ou mordê-lo, dormir.
• Educar os pais para reconhecerem e aceitarem a saciedade da criança maior, sem impor ou exigir a ingestão total ou excessiva de alimentos. Não se deve forçar uma ingestão excessiva, pois a criança saudável tem plena capacidade de auto-regular sua ingestão.
• Orientar sobre a alimentação complementar de acordo com as necessidades nutricionais e o desenvolvimento da criança. Também é importante ressaltar a importância da qualidade da alimentação (por exemplo, estimular o consumo regular de frutas, verduras e legumes e estar atento ao tipo de gordura consumida). Levar em conta a história familiar de doenças crônicas como a obesidade e doenças cardiovasculares pode conduzir melhor a orientação nutricional.
• Esclarecer os pais sobre a importância da educação alimentar de seus filhos, de estabelecer e fazê-los cumprir os horários das refeições (colocando limites), de não pular refeições nem substituí-las por lanches (deve haver um intervalo regular entre elas), de dar orientações sobre mastigar bem os alimentos, de realizar as refeições em ambiente calmo e com a televisão desligada e de limitar o consumo de alimentos de elevado teor calórico, como salgadinhos, doces, frituras e refrigerantes.
• Informar sobre a evolução normal do comportamento alimentar da criança, a fim de evitar o desencadeamento de distúrbios do apetite gerados pela insegurança ou desinformação dos pais.
• Estimular e orientar o lazer ativo de acordo com as diversas faixas etárias, respeitando-se as preferências da criança e do adolescente: a) Lactentes: atividades como rolar, engatinhar, andar. b) Pré-escolares: passeios ao ar livre, andar de bicicleta, jogar bola, correr, brincar com o cachorro, pular corda. c) Escolar e adolescente: recreação, esportes em geral e atividade física programada.

Família


"Os pais atuam como modelos para as crianças, especialmente para as pequenas, que tendem a imitá-los; por isso os hábitos alimentares saudáveis precisam ser adotados por toda a família" SBP.
• Orientar toda a família sobre hábitos alimentares; verificar desvios na dinâmica familiar capazes de influenciar o comportamento alimentar da criança; avaliar, com a participação da família, a quantidade e o tipo de alimentos que são rotineiramente adquiridos (perfil da compra).
• Estimular a adesão dos pais a um estilo de vida ativo.

Escola
• Educar e capacitar os diversos profissionais envolvidos com a criança.
• Orientar os pais sobre o controle da merenda escolar, a avaliação dos alimentos oferecidos na cantina e os lanches preparados em casa e levados à escola, no que diz respeito à quantidade de colesterol, gordura saturada, sal, açúcar, com o objetivo de assegurar uma dieta saudável.
• Inserção da educação nutricional no currículo escolar.
• Promoção de atividades físicas programadas e com metas.
• Envolvimento ativo da família.
Comunidade
• Estimular os pais a reivindicar uma comunidade mais ativa.
• Reivindicação de áreas de lazer e de esporte disponíveis no bairro.
• Promoção de eventos de lazer ativo e esportivo.
A prevenção da obesidade é mais barata e eficiente do que o seu tratamento, e está baseada no estilo de vida adquirido desde a infância.



Referência:
Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. – São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário